domingo, 22 de fevereiro de 2009

Perguntas de um Mendigo que lê, a partir de Bertolt Brecht - Versão Cénica e Encenação de Marco Paiva


Teatro Helena Sá e Costa e Crinabel Teatro Apresentam


Perguntas de um Mendigo que lê, a partir de Bertol Brecht


De 5 a 8 de Março de 2009 ( De Quinta a Sábado ás 21h30, Domingo ás 16h30)


Reservas pelo numero: 22 518 99 82/3


Versão Cénica e encenação de Marco Paiva
Assistência de encenação de Milú Neto
Tradução de José Maria Vieira Mendes
Figurinos de Francisco Brás
Cartaz de Manuel Sousa Mendes
Cenografia de João Alberto
Sonoplastia de Hugo Franco e Marco Paiva
Vídeo de Diniz Machado

Com: Ana Isabel Dias, Ana Rosa, Andreia Farinha, António Coutinho, Carolina Mendes, Carlos Jorge, Filipe Madeira, Joana Ivo Cruz, João Pedro Conceição, João Léon, Manuela Ferreira, Nelson Moniz, Rui Fonseca, Tiago Barata, Tomás de Almeida, Sérgio Gonçalves.


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Brecht no grupo Crinabel Teatro, por Duarte Ivo Cruz


Deve antes de mais referir-se que é notável a selecção de repertórios do Teatro da Crinabel, a adequação das dramaturgias e das adaptações, que nunca fogem dos textos originais, por exigentes que sejam, e sobretudo, a qualidade cénica e a beleza plástica das encenações e da direcção de actores. Acompanho esta obra, única no país, há mais de 25 anos, pelas razões óbvias que as fichas técnicas dos espectáculos elucidam, mas também por apreciar a própria qualidade em si, e poder comparar: escrevo sobre teatro - espectáculo há exactos 52 anos, participei na formação de actores, a nível universitário e politécnico desde 1984 até ao passado ano, publiquei para cima de 20 livros de História de Teatro … acho que sei do que falo.
E falo de um grupo de artistas, que, com as dificuldades que se conhecem, mantém um repertório que vai de Gil Vicente a Lorca, de Samuel Beckett a Franz Kafka, de James Joyce a Fernando Pessoa, e que agora se lança na aventura de uma belíssima adaptação de Brecht.
Ora Brecht, goste-se ou não dos conteúdos, é um dos grandes nomes referenciais do Teatro mundial do século XX. Os seus grandes textos foram representados nos EUA, onde o autor vivia durante a 2ª Guerra e em Berlim Leste, onde este alemão se fixou depois de finda a Guerra e até à sua morte, em 1956. E depois, em todo o mundo!
Ninguém questionou nem questiona a qualidade e a necessidade de representar Brecht: foi representado em Portugal passando à censura de Salazar – e foi o primeiro espectáculo encenado em Lisboa logo depois do 25 de Abril.
Se venho com esta conversa, é para sublinhar o seguinte: o que realmente conta neste pequeno texto de Brecht é o conjunto de características especificamente dramáticas que o tornam singular e inovador: a técnica narrativa, evocação remota do coro da tragédia grega, o efeito de distanciamento que racionaliza a acção perante o espectador, o qual ouve e vê contar uma história mas não se envolve emocional ou mesmo ideologicamente nela, o sentido colectivista e não individualista dos conflitos, a linguagem poética extremamente bela.

Perguntas de um Mendigo que lê - Fotos de ensaio


António Coutinho e Rui Fonseca.